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21/09/2017

A lenda da Moura Zara





Conta-se que D. Afonso Henriques na conquista do território aos mouros, chegou a Leiria e tomou a zona, talvez tenha tomado o castelo ou tenha erigido ele próprio um castelo relativamente rudimentar num morro bastante alto que existe no centro da zona urbana da cidade.
Tendo necessidade de prosseguir a sua conquista para sul, D. Afonso Henriques deixou o castelo entregue a uma guarnição relativamente pequena e continuou a marcha em relação a Lisboa. Acontece que os mouros que tinham fugido voltaram a atacar o castelo com forças redobradas e venceram a pouca guarnição que existia, que D. Afonso Henriques tinha deixado, ficou alcaide dessa nova reconquista moura, um velho e a sua filha. A filha, contam que era linda, de olhos esverdeados e que era extremamente carinhosa para o pai. O pai estava a começar a cegar, com os cabelos brancos, ralos e um dia estando o pai e a filha na muralha, estava a filha a pentear os cabelos brancos do pai e começou a ver ao longe, do lado norte, portando, do que hoje se chama o Arrabalde, umas medas, uns feixes de mato a ziguezaguearem e a andarem e a pararem e pergunta a filha ao pai, que já não enxergava longe:
“Pai, é verdade que o mato anda?”
Responde-lhe o mouro:
“Anda se o fizerem andar!”
A filha que era a Zara, não compreendeu o verdadeiro significado daquilo que o pai lhe estava a dizer e imaginou que o mato, que aquilo que o pai queria dizer era que o mato andava se o fizessem andar com magia, mas na realidade o que o pai queria dizer era que o mato só andava se alguém o empurrasse.
A verdade é que dentro de cada uma dessas medas de mato, estava um guerreiro de D. Afonso Henriques que voltou novamente a Leiria, aproximaram-se de vagar do castelo e tomaram o castelo, porque era realmente muitos, todos escondidos no mato e então a Zara e o pai, nunca mais deles se ouviu falar e dizem que a Zara ainda continua a aparecer no castelo.



Fonte: CEAO

Uma homenagem à Senhora minha mãe, uma Leiriense apaixonada por um tripeiro e pelo Porto - na voz dela, ouvi muitas vezes este fado (e se ela cantava bem)


Desafiada pelo:  O cantinho da Janita
***** 
2017-09-21
nn(in)metamorphosis

7 comentários:

  1. Que belos deveriam ser aqueles olhos verdes... :)

    Enquanto te escrevo vou ouvindo o fado que a senhora tua mãe cantava!
    Recordações doces te deve transmitir este som e estas palavras.

    Chegaste a passar lá nos jardins para poderes também acompanhar as lendas já escritas pelos outros participantes!?
    Vale a pena... vais gostar!

    Beijinhos ao pentear-te os cabelos
    (^^)

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    1. Já lá ando, nas leituras, coisas bem bonitas, bem engraçadas.

      Avreijo daqui até aí

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  2. Que lindo, Noname! Que bela prestação e que terna homenagem prestas à senhora tua Mãe!
    Enquanto escrevo estou a ouvir a Lenda cantada neste belo Fado de Coimbra.
    Acreditas que estou toda arrepiada?

    Parabéns, e obrigada, minha querida.

    Beijinhos.

    PS- NN, já me conheces minimamente, sabes que gosto de ser franca, frontal e sincera. De facto esta é a Lenda contada pela Graça, uma amiga que vive em Leiria, tal como suspeitei e te o disse lá no meu cantinho.
    Porém, isso não invalida nem uma, nem outra, pois ainda que se trate da mesma Lenda está apresentada, aqui, com outras nuances.
    Adorei!



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  3. A Graça sou eu... :)) Então a sua mãe é uma leiriense que saiu de Leiria? Pois eu sou uma lisboeta que saiu de Lisboa apaixonada por um leiriense...

    Beijinhos lendários...

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    1. Gosto em vê-la por aqui. Volte sempre.

      Beijo daqui até aí

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  4. A Zara, já conhecia lá do picosderoseirabrava. Uma lenda muito bonita.

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    1. Esta lenda é muito conhecida, pela zona centro, é natural encontrar-se aqui e ali na blogosfera. Eu soube da sua existência através da minha mãe, que cantava muito o fado que é dedicado a Zara :-)

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