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26/09/2012

Cantigas ao desafio XVI


Estrada sinuosa



Nunca quiseste saber de outrem que não de ti
Egoisticamente brilhaste, apenas porque podias,
Tão só porque te era fácil
Sem atender às sombras que deixavas para trás
De tão cheio de ti
Suavemente pisaste no teu caminho
Deixando um rasto de perfume fresco
Quiçá barato
Cresceste em ti, de ti e para ti à conta dos outros
Ergueste uma ilusão sem te dares conta
E dela alimentaste o ego
Eras tão cheio de ti
Que nem te apercebeste do quão patético eras
Criaste o teu universo e dele ficaste prisioneiro
É tarde, demasiado tarde para voltares
E demasiado cedo para te chorares
Deixo uma flor a teus pés
Em jeito de um adeus
Campa, sem o saber, já tu és
E a tua cruz, sou eu 

2012.03.23 (vc)
(Cópia autorizada)
 
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O luar e a sombra

Com a noite ela chega
E pelas ruas se esgueira
Procura a sua presa
Lentamente, qual serpente
É a sombra sobranceira

Ele tão cheio de si
Insinua-se traiçoeiro
Ilumina corpos
Encobre amantes
O luar sorve do gozo alheio

E os dois juntos
Riem alto
Dos amores já moribundos
Lambem as feridas
Correm mundos
O luar vestindo a sombra
E a sombra vivendo nua

2012.09.25
nn(in)metamorphosis

2 comentários:

  1. As cores de um real sem interstícios de encanto...
    Gosto de criar beleza e colocá.la nos pensamentos, palavras e obras...
    A beleza e a ética são o melhor remédio contra a animalidade.
    Sou animal também... não nego.
    Mas busco uma diferença...

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  2. noktua28/9/12

    Gostei muito da última estrofe...A realidade não tem obrigatóriamente encanto, e se somos humanos somos animais. Os ascetas caíram em desuso, e podemos aperfeiçoar o nosso ego, nunca mudá-lo! Beijinhos

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